Introdução
O que é Escatologia?
Apesar de o termo só ser usado a partir de 1844. O termo deriva de duas
palavras gregas eschatos = último; lógos = tratado, estudo e significa a
ciência das ultimas coisas ou doutrina das ultimas coisas.
Ao estudar
escatologia nos deparamos com muitas interpretações dos livros que são chamados
de escatológicos, sendo eles livro de Daniel, Apocalipse, Zacarias e Mateus
cap.24 e I e II Tessalonicenses dentre outras passagens que são interpretadas
de forma isoladas em outros livros que não foram citados acima, porem vamos
estudar somente as três posições principais defendidas pela cristandade ao
longo dos anos, em especial as tradições protestantes.
O problema todo gira
em torno do capitulo 20 de Apocalipse, como será à volta de Cristo, o milênio,
o juízo final e a nova Jerusalém.
O
livro de Apocalipse é um livro cheio de figuras de linguagem a pode causar e
tem causado muita discórdia e discussão entre os cristãos e para muitos se
constitui em um paradoxo, mas se alguém não crê em nenhum
milênio literal sobre a Terra, mas no milênio celestial, tal pessoa ainda crê
num milênio.
Amilenismo
A primeira posição
que iremos estudar é a posição mais aceita e defendida pela uma infinidade de
teólogos tradicionais e de renome, para estes esta é a posição mais coerente
com as escrituras dentro da escatologia, entre os que a defendem temos D.M.
Lloyd-Jones, Wayne Grunden, Loraine Boetner, A.W. Pink (este antes era dispensacionalistas),
Hank
Hanegraaff e o pastor batista
brasileiro Harald Schaly e foi um grande defensor do amilenismo histórico entre
os cristãos tupiniquins. Amilenismo significa literalmente não há milênio, pois crê que não haverá milênio, pelo menos
da forma literal como crêem os pré – milênistas dispensacionalistas, pois não
encontram base bíblica para um milênio literal para os que ficarem na terra na
grande tribulação.
O Amilenismo crê que a igreja passara por grande
tribulação antes do seu arrebatamento. Os amilenistas excluem qualquer idéia de
um rapto secreto da igreja inaugurando um reino milenar com Cristo e sua
igreja, pois a possibilidade de vir a ter um milênio literal na terra com muita
paz e longevidade após a segunda vinda
do Senhor Jesus é excluída pelo ensino do Novo Testamento, sendo o milênio
totalmente simbólico e não literal como pensam os pré–milênistas dispensacionalistas.
Crêem que haverá o arrebatamento seguindo-se a ressurreição de crentes e
descrentes, julgamento final e o estado eterno. Segue abaixo a representação gráfica da posição amilenista, é a mais simples de se entender como ilustrada pela figura.
Pós- Milênismo
Para muitos o Pós-milênismo tem
sido muito difícil de distinguir do Amilenismo e ambos têm pontos em comum,
maior diferença está em o pós-milênismo ser muito otimista em relação ao avanço
do evangelho e o crescimento da igreja, pois esta com o uso da pregação evangelho
influenciarão pessoas significativas em toda a sociedade que agirão conforme os
padrões divinos e gradativamente virá uma era milenar de paz e justiça para
todos e esse milênio durará por longo período na terra, não necessariamente os
mil anos literais, e por fim Cristo virá e os crentes e descrentes
ressuscitarão, seguindo-se o juízo final com um novo céu e uma nova terra e
entraremos no estado eterno. Crêem os pós-milenistas que o reinado de Cristo na
terra será ausente e não presente, as profecias apocalípticas para os pós-
milênistas são mais simbólicas que literais, assim também crêem os amilenistas.
Pós- milenismo significa “depois”
a tradução literal significa depois
do milênio.
Conforme o exposto a posição
pós-milenista não é muito difícil de distinguir da amilenista visto que esta
tem um conceito muito otimista concernente à volta de Cristo já é bastante
significativa e bem diferente da amilenista e não é difícil de distinguir uma
posição da outra. Dentre os pós-
milênistas mais destacados encontramos Vincent Cheung, Kenneth L. Gentry, Jr,
R. C. Sproul e Iain Murray. Segue abaixo a representação gráfica da posição pós-milenista.
Pré- Milênismo Dispensacionalista
O pré- milênismo tem suas origens na igreja primitiva, pois esta era a interpretação da igreja do 1º século, eles acreditavam que os mil anos de Apocalipse seriam introduzidos no futuro, originando o Quiliasmo, vem do grego “chilioi” com significado de “mil”, essa era doutrina imaginativa sobre o milênio, muito popular durante o período de perseguição da igreja primitiva, pois se esperava uma reviravolta da igreja ante os acontecimentos, tais como algo de sobrenatural nos eventos, como o expandir do evangelho por toda terra, os cataclísmas e as hecatombes, os cristãos do primeiro século esperavam a volta de Cristo o mais breve possível. O termo quiliasmo foi substituído pela designação “pré- milenismo”, veja a figura representativa abaixo.
O termo “pré” de pré-
milenista significa “antes”, isto significa que Cristo irá voltar para
arrebatar a igreja e implantará o milênio. O pré- milenismo dispensacionalista
é uma designação nova dentro da teologia histórica, surgiu nos últimos 200 anos
da história da igreja através de uma revelação de uma senhora freqüentadora da
igreja do Pastor escocês Edward Irving e sistematizada por J. N. Derby considerado o pai do dispensacionalismo moderno. Ministro
anglicano que em 1882, desiludido com a frouxidão espiritual da Igreja,
juntou-se a outro grupo religioso chamado Movimento dos Irmãos. Darby tinha uma
mente brilhante, autor de mais de 50 livros e em 1848, tornou-se o líder do
movimento denominado Os Irmãos, com tanto brilhantismo Darby desenvolveu uma
elaborada filosofia da História na qual ele a dividiu em 7 eras ou dispensações
que Deus usara para a redenção do homem.
Porque dispensacionalista?
Porque dispensacionalista?
O termo dispensacionalista vem de dispensação, e faz referência à mordomia ou à administração de tarefas como dissemos acima, Deus administrou ou administrará em 7 dispensações para a recuperação do homem e cada uma delas de formas diferentes como segue abaixo.
Crêem os
dispensacionalistas que Deus administra o plano de salvação e recuperação do
homem em 7 dispensações. Já a palavra pré- milenismo
1º A da Inocência ou Santidade Gn 1:28 – 3:6
2º A da Consciência Gn 3:16 – 8:14
3º A do Governo Humano Gn 8:15 – 11:9
4º A da Promessa ou Patriarcal Gn 11:10 – Ex
19:8
5º A da Lei Ex 19:9
6º A da Graça ou Igreja At 2:1 – Ap 3:22
7º A do Milênio ou Reino (Israel Restaurado –
Ap 20:4)
Os pensadores pré-
milenistas dispensacionalistas na sua grande maioria, sempre defendem a
interpretação literal das escrituras se autodenominam fundamentalistas e
defendem a bíblia em português na versão João Ferreira de Almeida Corrigida
Fiel a (ACF). Segue abaixo a representação gráfica da posição pré-tribulacional-dispensacionalista.
Quem são as duas testemunhas de Apocalipse 11?
As duas testemunhas são citadas no capitulo 11: 1-14 e sobre esta passagem argumentam os estudiosos que não é de difícil interpretação, outros já dizem que não, pois os versículos de 3 a 6 nos dão as características de como elas serão, então devemos dar nomes sim diante destas questões e nomes daí surge a pergunta, quem são as duas testemunhas afinal?
Existem três casos
misteriosos a serem estudados como possíveis testemunhas.
1-Moisés
2-Elias
3-Enoque
A) Os pré-
tribulacionistas dispensacionalistas em sua maior parte defendem que é Enoque e
Elias e usam como base em Hebreus 9:27 “E,
como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,...”. Para o pré- milênismo dispensacionalistas porque se fosse Moisés e Elias, o principio divino seria violado, porque
Moisés ao contrario de Elias já morreu uma vez. E conforme Ap 11:7 “as duas
testemunhas vão ser mortas” E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que
sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará ““.
Então seriam Enoque e Elias porque os dois
são os dois únicos homens no plano de salvação que não morreram eles foram
arrebatados, Hb 11:5 “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e
não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação
alcançou testemunho de que agradara a Deus”. E Elias foi levado por
redemoinho II Rs 2:11 “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que
um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao
céu num redemoinho”.
B) Agora os amilenistas e pós- tribulacionistas já defendem
Moisés e Elias por interpretarem o livro de apocalipse não literal, mas
simbólico porque entendem que apocalipse
deve ser entendido à luz dos demais livros da Bíblia. O Livro traz uma mensagem
de estimulo aos cristãos que estão sob grande pressão garantindo que os
inimigos seriam destruídos e que no final Deus triunfaria então são duas
figuras alegóricas que correspondem à totalidade do Antigo Testamento formado
pela Lei e os Profetas.
Moisés representa a lei e Elias
representa os profetas, Jesus se referiu à lei e aos profetas como suas
testemunhas “Examinais as Escrituras,(Lei e os Profetas) porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que
testificam de mim”. Jo 5:39 e o apóstolo Paulo fala melhor ainda em Rm
3:21-22,29 “Mas agora se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus,
tendo o TESTEMUNHO DA LEI E DOS PROFETAS. Isto é, a justiça de Deus pela fé em
Jesus Cristo para todos ( e sobre todos ) os que crêem. Não há distinção (...)
É Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Também dos gentios,
certamente”.
Eles
usam o episódio do monte da transfiguração falando com ele dois homens, na qual
Pedro ao falar em II Pd 1:16- 19a "Não vos fizemos
saber o PODER e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas
artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade. Pois ele
recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida
a seguinte voz: Este é o meu Filho Amado, em quem me comprazo. Nós mesmos
ouvimos esta voz vinda do céu, estando nós com ele no monte santo. E temos
ainda mais firme a PALAVRA DOS PROFETAS...”, Pedro tinha em mente a
lembrança do momento vivido no monte, porque o judaísmo apostata tinham
desprezado a Lei e os Profetas dando ouvidos ao talmude e as tradições
rabínicas.
E logo após a ressurreição de Jesus iam dois
discípulos a caminho de Emaús e Lc 24:13-16,44 e conversando sobre tudo que
havia sucedido e Jesus se aproximou e ia com eles e eles não conheciam à Jesus
“E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de
Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús.
E
iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido.
E aconteceu que, indo eles falando entre si, e
fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas
os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecesse, então Jesus lhes disse: São estas as
palavras que vos falei estando ainda convosco, que era necessário que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos
Salmos. “Então abriu lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras” Lc 24:44-45.
Conclusão
Para entendermos as escrituras temos que interpretar
a própria sempre a luz da própria escritura, e o maior problema dentro do
evangelicalismo é que somos biblicamente analfabetos, pois se não tivermos
familiarizado com o texto in loco nos apaixonaremos por todo engano que
aparecer, e sempre aparecem os enganos, pois devido ao nosso analfabetismo
bíblico, tem se procurado a devida interpretação das escrituras sem o devido
cuidado. Alem de ter muita espiritualização de textos bíblicos, ou seja
espiritualizamos algo que não é espiritual e não espiritualizamos e que tem que
ser espiritual.
Método
LEGADO (LEGACY)
de Hank
Hanegraaff para entender os livros da bíblia
Location
(Localização)
Essence
(Essência)
Genre
(Gênero)
Author
(Autor)
Context
(Contexto)
Years
(Ano)
Bibliografia
GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática
Hanegraaff, Hank. O Código da Biblía. Edição Eletrônica disponível em http://www.monergismo.com/textos/preterismo/descubra-biblia-final_Hanegraaff.pdf.
Hanegraaff, Hank. O Código da Biblía. Edição Eletrônica disponível em http://www.monergismo.com/textos/preterismo/descubra-biblia-final_Hanegraaff.pdf.
HOEKEMA,
Anthony. A bíblia e o futuro. 1ª edição São Paulo. CEP, 1989.
GRIER,
W.J. O maior de todos os acontecimentos. 2ª edição Campinas. LPC, 1987.
SCHALY,
Harald. Breve história da escatologia cristã. 2ª edição Rio de Janeiro. Juerp,
1992.
_____________.
O pré- milenismo dispensacionalista à luz do amilenismo. 2ª edição Rio de
Janeiro. Juerp, 1987.
PINK,
A.W. Dispensacionalismo uma analise. 1ª edição São Paulo. Editora PES, 2007.
SILVA,
Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. Edição eletrônica
disponível. Em www.semeadoresdapalavra net.
Franciney R. da Silva
EBD
Igreja Evangélica Assembléia de Deus do Jardim Elba S.P